JUBILEU
SACERDOTAL DE OURO DO PADRE LEVY
Jornal Lar Católico –
07-08-1977
Rio Piracicaba, no dia 10 de
agosto, celebrará o jubileu de ouro de ordenação sacerdotal do seu querido
pároco, Padre Dr. Levy de Vasconcellos Barros. Foram cinquenta anos de fecundo
sacerdócio cinquenta anos de profunda amizade ao nosso jornal, LAR CATÓLICO. A fim de conhecermos a sua vida
laboriosa, aqui vão algumas achegas.
DADOS BIOGRÁFICOS
Padre Levy de Vasconcellos Barros nasceu na fazenda do Mata
Cavalo em Rio Piracicaba aos 31 de dezembro de 1900. Ele é o vigésimo filho de Jerônimo
Américo de Azevedo Barros e Mariana de Vasconcellos Barros, ambos já falecidos.
Desde o nascimento, Pe. Levy foi muito doente, franzino,
passou a sua infância feliz, graças aos grandes cuidados da sua Mãe.
Sua meninice transcorreu de um modo normal, vindo a estudar
com mais idade, devido à sua fraqueza física. Nos estudos, sempre foi o primeiro
da classe e nos indispensáveis atos de piedade.
Fez o seu curso primário na Escola primária do Professor
José Martins Quintão em sua terra natal e depois 02 anos no Colégio em Três
Ilhas perto de Juiz de Fora, em seguida cursou o Seminário Menor e o Maior em
Mariana, no tempo do saudoso D. Silvério Gomes Pimenta.
Os tempos foram passando e o Pe. Levy sempre doente, com
grande regime alimentar quase sucumbia com os rigores do Seminário, mas sempre
com o ideal em mente de ser Sacerdote.
Ainda bem criança, ajudou os Missionários que aqui estiveram
em Missão como acólito, e, em menos de uma semana aprendeu a dialogar com o
latim das respostas da Santa Missa. Nesta época ele fez a sua primeira
comunhão.
Sua adesão ao serviço da Igreja foi feita desde o seu
nascimento, no seu lar. Bem pequenininho começou a gostar da História Sagrada,
que aprendeu com a sua querida Mãe, que era apaixonada pelos livros sagrados.
Logo nos primeiros anos de Seminário, perdeu o seu querido
Pai, que o fez sofrer muito, porque com o rigor dos tempos antigos não assistiu
os seus últimos momentos.
Desde o limiar da última etapa dos seus estudos, a
expectativa do Sacerdócio passou a ser uma realidade constante na sua vida, figurando-lhe
como uma feliz recompensa a ele, que tudo tinha deixado para seguir as pegadas
do Cristo.
No dia 10 de agosto de 1927, o Sr. Arcebispo D. Helvécio
Gomes de Oliveira na Capela do Seminário Maior conferia a ordenação sacerdotal
ao Diácono Levy de Vasconcellos Barros. A sua ordenação foi antecipada quatro
meses antes do fim do ano, porque teria que continuar os seus estudos em Roma,
no Colégio Pio Latino--Americano ele e seu colega de turma, Pe. Rafael Coelho
já falecido. Terminada a cerimônia da ordenação, veio contar a sua 1a
Missa nova, em sua terra natal, onde foi recebido com muitas festas pelo antigo
vigário, o nosso saudoso Pe. Manoel
Pinto Coelho e pelo povo, distribuindo lembranças da ordenação.
Em Roma, fez um curso brilhante de Direito Canônico,
Teologia. Filosofia e etc. de 03 anos; porém, para ganhar tempo, estudou
demais, conseguindo fazer o curso em dois anos e meio, por causa da sua Mãe
idosa.
Aproveitou bastante das belas excursões em alguns países da Europa,
aumentando mais o seu cabedal de conhecimentos.
Na sua viagem por mar, durante vários dias, passou muito
mal; depois conseguiu até celebrar no navio.
Ao regressar, passou pela cidade de Mariana, em obediência
ao Sr. Arcebispo, em seguida, veio para a sua terra natal. A família foi
avisada, para mandar condução; dois animais de sela, um para ele e o outro para
o carregador de malas.
Deixou a noite cair, sobre a cidade de Rio Piracicaba, e, passando
pela rua de Cima, atrás da Igreja, como um desconhecido entrou na Igreja e aí
caiu de joelhos diante do Santíssimo Sacramento, depositando as suas lágrimas,
as suas preces de gratidão, por tantas graças alcançadas e por ter encontrado a
sua Mãe viva.
Depois deste colóquio de amor, veio se encontrar com a sua velha
Mãe, quase octogenária e seus familiares.
Sua primeira colocação foi como professor de Direito
Canônico no Seminário Maior e outras disciplinas no Seminário Menor e no
Ginásio Arquidiocesano em Mariana, durante 08 (oito) anos, passando sempre as
férias com a sua Mãe.
Durante as férias, exercia com mais piedade as funções do
seu sacerdócio na cidade e nas capelas filiais.
A velhice de D. Mariana aumentava e o Pe. Levy desejava
morar com ela no declínio de sua vida, já que não pôde passar com o seu querido
Pai.
Pediu permissão ao Sr. Arcebispo para deixar o Seminário e
tomar alguma paróquia, porém, perto da sua Mãe. Veio então, para Santa Bárbara
como vigário, ficando dois anos.
Depois pediu para permutar com o seu colega Pe. José de
Freitas, que era vigário desta Paróquia. Isto foi em maio de 1941. Quando foi
em 10 de novembro de 1942, sua Mãe morre e o Pe. Levy continuou aqui como
vigário, tomando conta da Sede, e ainda João Monlevade, Carneirinhos, Jacuí, Bicas,
Ponte Nova, Santa Rita, Tomé, Gomes de Melo, Zamparina, Caxambu, Sete Moinhos, Barroso,
Jorge. Quaresma, Turvo. Morro Agudo e Carvalho.
Em 1944, a paróquia perdeu as Capelas de João Monlevade.
Carneirinhos e Jacuí e mais tarde adquiriu mais três Capelas, Samitri, Fundão e
Bairro de Fátima.
De 1941 a 1946 o Pe. Levy fez a atual Igreja Matriz de São
Miguel e ainda várias Capelas, que também precisavam de reparos como: Caxambu,
Bicas. Gomes de Melo.
Adoeceu gravemente e ficou internado no Hospital em João
Monlevade, e depois foi para o Hospital de Cel. Fabriciano. Saiu da Paróquia
ficando como Capelão das Irmãs das Dores em Itabira dois anos.
Quando foi ao ano de 1950, ano do dogma da Assunção, Pe.
Levy volta novamente como vigário.
Fez a atual Casa Paroquial, o primeiro pavimento do salão
paroquial e completou outras igrejas de várias capelas, que tinha iniciado,
antes da sua enfermidade como: Igreja do Rosário, do Bom Jesus. Capela do
Jorge; o Asilo Padre Pinto, destinado para os pobres velhos, onde dedica todo o
seu amor e carinho.
Todo o percurso do atendimento às Capelas filiais era feito
no lombo de animal, porque não tínhamos estradas de rodagem.
De 1960 para cá, a cidade teve maior progresso, passou ao
atendimento de carro e o transporte o que se tornou menos exaustivo.
Na fundação do Ginásio Piracicabense, do Professor Humberto
Rosas, em 1950, o Pe. Levy foi professor de Latim durante 05 anos.
Um dos aspectos da personalidade do Pe. Levy é a sua grande
dedicação ao confessionário, onda passa horas a fio, nas primeiras
sextas-feiras, desobriga pascal, festas e dias comuns, atendendo aos penitentes
e dando-lhes o adequado conselho espiritual. Isto demonstra a sua verdadeira
vocação sacerdotal.
Pe. Levy muito tem trabalhado em benefício da comunidade de
Rio Piracicaba, lutando para o seu progresso junto às esferas competentes,
durante longos anos, desde quando assumiu a paróquia.
NOSSA MENSAGEM
Padre Levy sempre foi grande admirador do nosso jornal. Ele
acolhe sempre os nossos irmãos representantes, em especial o Irmão Joaquim
Grigarczik. Uma acolhida fraternal, repleta de carinho.
Aos nossos leitores pedimos que se associem aos paroquianos
de Rio Piracicaba e rezem pelo jubilar. A sua vida, autenticamente sacerdotal,
os seus trabalhos de promoção humana e sua dedicação merecem o nosso reconhecimento.
Ao Padre Levy, por ocasião de seu jubileu de ordenação
sacerdotal, jubileu de ouro, o LAR CATÓLICO lhe envia os parabéns, pedindo a
Deus que o conserve ainda por muitos anos na sua lide apostólica.
Envia os agradecimentos pelo carinhoso acolhimento,
hospedando os nossos irmãos viajantes. Essa obra de misericórdia (acolher os
peregrinos) é uma das suas características.
Padre Levy, os nossos parabéns e agradecimentos!
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