terça-feira, 9 de junho de 2020

HISTÓRIA DE SÃO DOMINGOS DO PRATA - Edelberto Augusto Gomes Lima











ALGUMAS CURIOSIDADES CUJAS RESPOSTAS E MAIORES DETALHES PODEM SER ENCONTRADOS NAS 497 PÁGINAS DO LIVRO “NOTÍCIAS DO ANTIGO SÃO DOMINGOS DO PRATA E SEUS DISTRITOS...” (Os atuais e os antigos).
1ª - Sabe o nome do Senador estadual que representava o Prata no Congresso Mineiro, no início da década de 1890?
2ª- Sabe qual foi o Agente do Executivo que, eleito democraticamente, renunciou ao mandato, mesmo antes de tomar posse?
3ª- Sabe onde foi sepultado o grande artista Francisco Vieira Servas?
4ª- Sabia que São Domingos do Prata já pertenceu a Itabira?
5ª- Quantos mil quilômetros quadrados possuía o Prata por volta de 1918 e quantos possui hoje em dia?
6ª- Sabia como os índios botocudos enterravam os seus mortos? (Alguma semelhança com os antigos faraós?)
7ª- Sabia quais as recompensas que os botocudos recebiam após as suas mortes, segundo o grau de coragem que demonstravam?
8ª- O que sabe sobre o massacre dos índios botocudos em São Domingos do Prata?
9ª- Alfié já se chamou São José do Alfié?
10ª- Sabia que São Domingos do Prata era disputado para ser um de seus distritos, por alguns prósperos municípios da atualidade?
11ª- Como era a iluminação das ruas de São Domingos do Prata, antes do surgimentos da energia elétrica?
12ª- Sabe quais as peças e utensílios que o aluno devia levar para frequentar um internato, por volta de 1900?
13ª- Sabe quais as matérias eram administradas neste internato?
14ª- Sabia que havia uma escola particular em Gandra, por volta de 1916?
15ª- Sabe desde qual época o Estado teria criado escola no Prata?
16ª- Conhece as histórias das criações das escolas Cônego João Pio Marques Afonso e qual foi o primeiro nome do Grupo Escolar Cônego João Pio?
17ª- Sabia que desde 1893, já se falava na construção de uma ferrovia com passagem por São Domingos do Prata?  (Aliás, duas?)
18ª- Sabe quem foi o pratiano que reconstruiu a antiga igreja da Matriz em 1851?
19ª- Sabe com quais municípios São Domingos do Prata fazia divisas por volta de 1909?
20ª- Sabe quais eram os povoados pratianos por volta de 1918?
21ª- Sabia qual era o nome oficial e original da atual Praça Dr. José Mateus?
22ª- Sabia da existência de uma sociedade de tiro em São Domingos do Prata por volta de 1917?
23ª- Sabe quando foi criada a Colônia Guidoval?
24ª- O que sabe sobre a riqueza florestal de São Domingos do Prata por volta de 1913?
25ª- Conhece os nomes anteriores de Dionísio, Goiabal, Marliéria, Jaguaraçu, Vargem Linda, Alfié e Juiraçu?
26ª- Sabe quais foram as repartições que funcionaram no antigo prédio da prefeitura?
27ª- Sabe quais foram os rios e afluentes que banhavam o território pratiano por volta de 1907?  
28ª- Sabe quando foi a chegada das irmãs de caridade francesas no Prata?
29ª- Sabe quais os nomes do colégio e do orfanato que criaram?
30ª- Sabe as razões pelas quais os primeiros vereadores e o Agente do Executivo eleitos no Prata, renunciaram aos seus mandatos?
31ª- Quais os rios que banhavam o Prata que eram navegáveis?
32ª- Sabe quais as jazidas de minério eram exploradas no Prata?
33ª- Sabia que, por pouco, o nome de São Domingos do Prata seria trocado? Sabe qual seria esse novo nome?
34ª- Sabe quando foi construído o cemitério da Lage (e não da laje)?
35ª- Sabe qual era a população do Prata por volta de 1917 e 1940?
36ª- Sabia que houve disputas por causa de território, entre o Prata e alguns municípios vizinhos?
37ª- Sabe quando houve uma chuva de granizo que destelhou todas as casas da área urbana?
38ª- Sabe quando foi construída a igreja do Rosário?
39ª- Sabia que existia uma Irmandade que administrava o cemitério da igreja do Rosário e que se cobrava uma anuidade?
40ª- Você sabia que no Prata, ainda no século 19, condenavam a devastação das florestas que abundavam a região por, entre outros males, causarem significativas mudanças no clima?
41ª- O que sabe sobre a comemoração do centenário da Paróquia em 1944?
42ª- Conhece os reflexos da revolução de 1930 nas ruas e na política de São Domingos do Prata?
43ª- O que sabe sobre a guerra dos Canudos e a Câmara de vereadores do Prata?
44ª- Sabe quando a mulher pratiana pode votar pela primeira vez?
45ª- O que sabe sobre o poder da mulher pratiana já na década de 1930?
46ª- Onde de tirava a carteira de motorista no início do século 20 e qual a velocidade máxima permitida?
47ª- Sabia que um senador pratiano foi o responsável direto pela escolha de Belo Horizonte, para ser a nova capital de Minas Gerais?
48ª- Conhece passagens das vidas de alguns pratianos que muito contribuíram para o progresso do município na primeira metade do século XX?
49ª- Sabia que existia uma barca que fazia a travessia do Rio Piracicaba em território pratiano e sob a fiscalização da Prefeitura?
50ª- Você sabia que em 1894, o Dr. Antônio Serapião de Carvalho, o primeiro juiz da comarca, conclamava que fossem dados aos nossos pequenos concidadãos os fecundos exemplos da história da humanidade e a do Brasil, mas nunca se esquecer de fazê-lo em relação à da própria terra natal?
51ª- Você sabe dizer os nomes de pelo menos 4 jornais que circulavam semanalmente no Prata, antes de 1947?
52ª – Sabia que o território de João Monlevade já pertenceu a São Domingos do Prata e que Nova Era por pouco torna-se seu distrito?

domingo, 1 de março de 2020

DR. JOSÉ PEDRO DRUMMOND - Edelberto Augusto Gomes Lima


O SENADOR PRATIANO QUE TEVE PARTICIPAÇÃO DECISIVA NA ESCOLHA DE CURRAL DEL REI (DISTRITO DE SABARÁ) PARA SE TORNAR A NOVA CAPITAL DE MINAS GERAIS.


      Logo após editada a presente obra, recebo das mãos do goiabalense (nascido em São José do Goiabal), Marlon Marques Vasconcelos, a notícia de um pratiano totalmente desconhecido das últimas gerações. A partir desta informação comecei a pesquisar sobre o mesmo e encontrei algumas passagens interessantes de sua vida.
     Trata-se do médico, advogado e senador estadual de 1891 a 1918, JOSÉ PEDRO DRUMMOND. Antes de citar alguns traços biográficos do mesmo, vou narrar o episódio que originou o título acima.

A MUDANÇA DA CAPITAL DE OURO PRETO PARA BELO HORIZONTE
Carl indo Lellis Ferreira, irmão do Dr. Edelberto de Lellis Ferreira, que viveu um período em Ouro Preto quando ainda era capital da Província de Minas Gerais e, a partir de 1889, a do Estado de Minas Gerais, escreveu sobre o tema:
           “…Os republicanos instalados no Governo Federal desejavam a mudança da capital para o centro geográfico do Estado, não somente para desenvolver Minas política e economicamente, mas também porque Ouro Preto, além de não oferecer condições adequadas face o seu relevo acidentado, guardava em sua história e arquitetura as marcas de um passado de dominação portuguesa, do qual se desejava distanciar”
Definido o propósito para a mudança, de imediato surgiram diversos candidatos, tais como: Santa Bárbara e seu distrito de São Francisco, serra do Caraça, Catas Altas do Mato Dentro, Várzea do Marçal, Jaboticatubas, os planaltos do Pium-í, da Mantiqueira e do Vale do Rio Doce, além do vale do Rio das Velhas.
Após estudos, foram selecionadas as seguintes localidades: Paraúna, Várzea do Marçal, Barbacena, Juiz de Fora e Curral Del Rei, distrito de Sabará.
Vendo que a mudança era irreversível, a situação política em Ouro Preto ficou em plena efervescência, ao ponto de, como se propalava, ter havido um movimento, liderado pelo 31º batalhão de caçadores sediado em Ouro Preto, para destituir Afonso Penna da Presidência do Estado, movimento este prontamente debelado pelo Presidente, com a transferência do coronel comandante do batalhão.
Sem clima para o congresso mineiro (na época constituído pelo Senado Estadual e a Câmara de Deputados), se reunir em Ouro Preto, o Congresso foi, provisoriamente, instalado em Barbacena, local em que realizou a histórica sessão.
Nas duas primeiras votações, Várzea do Marçal (localizado na região de São João Del Rei e Tiradentes), foi o local, por ampla maioria, escolhido, em detrimento de Curral Del Rei.
Segundo narrou Abílio Barreto, cuja odisseia está narrada em meu livro “Curral Del Rei – Sabará – sua origem até se transformar na nova capital de Minas Gerais.”, “o dr. JOSÉ PEDRO DRUMOND proferiu notável discurso, constantemente aparteado, e que impressionou fortemente a assembleia pela firmeza dos argumentos, pondo em confronto Várzea do Marçal e Belo Horizonte (Curral Del Rei), para concluir pela indiscutível vantagem desta sobre aquela localidade.”
Após o pronunciamento de JOSÉ PEDRO DRUMMOND, foi realizada uma terceira votação e nessa Belo Horizonte (Curral Del Rei) saiu vencedora por dois votos – 30 a 28.
Estava vitorioso Belo Horizonte (Curral Del Rei) pelos votos de José Pedro Drumond, Bias Fortes, Teixeira da Costa, Rebelo Horta, Frederico Augusto, Camilo de Brito, Ferreira Alves, Melo Franco, Xavier da Veiga, Costa Sena, Antônio Carlos, J. Nepomuceno Kubitschek, Álvaro Mata, Rocha Lagoa, Antônio Martins, Teodomiro Pereira, Eugênio Sales, Augusto Clementino, Sabino Barroso Júnior, Silva Fortes, Nelson Pimentel, Tavares de Melo, Souza Moreira, Viriato Mascarenhas, Henrique Diniz, Bernardino de Lima, João Luiz, Manuel Alves, Gomes Freire e Carlos Marques.
Segundo Abílio Barreto, os contemporâneos desse acontecimento contavam que o Sr. Antônio Carlos de Andrade, então enfermo, fora trazido em uma cadeira para votar a favor de Belo Horizonte (Curral Del Rei).
Nota: Antes de oficializada a mudança da capital, o que ocorreu em 12/12/1897, Curral Del Rei, pelo Decreto nº 36 de 12/04/1890, já passou a denominar-se Belo Horizonte, a pedido do povo de Sabará, como consta em artigo de minha autoria publicado na revista da Faculdade de Sabará, “O Acadêmico”, edição de dezembro de 2019, páginas 14/15.

NOTAS BIOGRÁFICAS DO DR. JOSÉ PEDRO DRUMMOND.
            Nasceu em São Domingos do Prata em 24 de fevereiro de 1855, e faleceu em Belo Horizonte, em 20 de novembro de 1923. Era filho de Antônio Manuel Freitas Drummond e de Maria Clara Freitas Drummond.
           Quando nasceu, São Domingos do Prata era distrito de Itabira do Mato Dentro. Em 30/05/1853, a freguesia de São Domingos do Prata deixa de pertencer a Santa Bárbara e incorpora-se ao território de Itabira, embora por pouco período, eis que alguns anos após tornou a ser distrito de Santa Bárbara, o que perdurou até 1890, quando emancipou-se definitivamente.
Fez estudos de Humanidades no colégio do Caraça e no seminário de Mariana. Em 1889, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Após diplomar-se em medicina, fixou residência em Santa Bárbara (MG), onde clinicou por 16 anos e onde organizou, em 1892, a Companhia Industrial Vinhateira de Catas Altas do Mato Dentro. Foi vereador e Presidente da Câmara Municipal de Santa Bárbara.
Resolvendo estudar também Direito, em 1902 bacharelou-se pela Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais.
Posteriormente, em Ouro Preto, foi eleito Senador Estadual a partir de 1891 e, reeleito sucessivamente, até 1918. Com a mudança da Capital, o prédio do Senado Estadual passou a ser em Belo Horizonte.
Como 1º Secretário da Mesa do Senado, empenhou-se decisivamente na aprovação do projeto da lei adicional à Constituição Mineira, que transferia a capital para Belo Horizonte, como já referido no início deste.
Foi ainda, gerente do Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A., na capital mineira e Presidente da ACM (Associação Comercial de Minas), no período de 1911 a 1914.
Somente consegui apurar, em relação a sua passagem pelo Senado Estadual (o que não significa a inexistência de outras), foi na Sessão do dia 21 de junho de 1894, quando apresentou emendas a um projeto de lei propondo a criação de três escolas no município de Santa Bárbara, uma no município de São Domingos do Prata e outra no de Montes Claros. Em São Domingos do Prata foi uma escola mista no lugar denominado ANTÃO, distrito de Santo Antônio da Vargem Linda.
O nome do Dr. José Pedro Drummond aparece também como um dos articuladores no movimento para a Fundação do Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais—IHGMG, ao lado de outros mineiros notáveis. “Em 1897 era Antônio Augusto de Lima quem dirigia novo apelo a comunidade de intelectuais mineiros. ... numa reunião realizada no “Clube Floriano Peixoto”, cujo presidente era o Coronel Júlio César Pinto Coelho que corporificou-se a ideia de fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Francisco Mendes Pimentel era seu correligionário. No referido Clube associavam-se políticos, médicos, empresários e juristas como o professor e escritor Nelson Coelho de Senna, como o Senador José Pedro Drumond, o Dr. Prado Lopes, o Senador Bernardino de Lima, Dr. Cícero Ferreira, Dr. Olinto Meireles, Dr. Rodolfo Jacob, Dr. Vaz de Lima, Major João Líbano Soares, e muitas outras personalidades significativas do Estado.”  (www.ihgmg.gov.br)
Atualmente existe em Belo Horizonte, a rua Dr. José Pedro Drummond, que começa na avenida Assis Chateaubriand e termina na rua Brasópolis. Ela ainda corta as ruas Marechal Deodoro e Aquiles Lobo, ficando paralela à rua Silva Ortiz e avenida Francisco Sales.

NOTA: biografia, com alguma adaptação e acréscimos, extraída do Dicionário Biográfico elaborado pela Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

OUTRAS PASSAGENS DE SUA VIDA.
           NOTA: Sem ainda ter descoberto que o ilustre Senador José Pedro Drummond era natural de São Domingos do Prata, na página 104, já havia reproduzido uma notícia do jornal “O Prateano”, edição de 14 de julho de 1895, sobre a ESTRADA DE FERRO PRATEANA, envolvendo o ilustre pratiano.

DR. JOSÉ PEDRO DRUMMOND E O “ANUÁRIO DE MINAS”. 1913
Em uma edição de 1913, o “Anuário de Minas”, ao noticiar a composição do Senado Mineiro, constou, em relação ao Dr. José Pedro Drummond, ter ele sido médico, banqueiro e professor da Faculdade de Direito e da Faculdade de Odontologia, ambas de Belo Horizonte.
Contudo, outras facetas deste grande pratiano, totalmente desconhecido pelos seus conterrâneos, não foram mencionadas pelo “Anuário”, como se demonstra no decorrer deste.

IMPLANTAÇÃO DE UMA INDUSTRIA VINHATEIRA – 1892
O jornal “Minas Gerais”, em sua edição do dia 16 de julho de 1892, noticiou:
“O exmo. Sr. dr. Affonso Penna acaba de receber o seguinte telegrama: Instalada ontem companhia vinhateira, Serra do Caraça Drummond.
Este telegrama é um verdadeiro brado de animação àqueles que se interessam pelo progresso agrícola do Estado.
A instalação de uma companhia na quadra presente parece a quantos têm antes os olhos os descalabros econômicos dos últimos tempos, uma dificuldade insuperável, senão uma utopia impertinente, e efetivamente assim o é para uma multidão de empresas, que a agiotagem de uns, de mãos dadas com a especulação de outros, ainda de vez em quando acena as economias dos incautos ou imprevidentes.
No caso de que nos ocupamos, porém, outras são condições que nos sugere a instalação da Companhia Vinhateira na Serra do Caraça, que além de representar um nobre esforço digno de imitação, abre espaço em proporções ainda desconhecidas ou muito raras entre nós, à expansão de uma indústria destinada a trazer para as zonas consideradas pobres do nosso Estado, dias de uma pujança talvez superior àquela de que gozam as regiões mais favorecidas do território mineiro.
Não cabe nos estreitos limites de uma simples notícia a enumeração completa dos argumentos, que nos saltam do bico da pena, em favor da tese que ali deixamos registrada; esperamos entretanto poder com mais espaço ocuparmos deste, um dos assuntos de maior importância para Minas Gerais e (quem sabe si vaticinamos?) talvez mesmo a propósito dos resultados certos da auspiciosa companhia, cuja instalação nos anuncia o telegrama recebido pelo ilustre Presidente do Estado.”

ANÚNCIO DA COMPANHIA VINHATEIRA – 1892
O jornal “Minas Gerais”, em sua edição do dia 1º de agosto de 1892, publicou o seguinte anúncio:

              “COMPANHIA VINHATEIRA – SERRA DO CARAÇA.
           Por este convido aos acionistas para fazerem a 4ª prestação, que é de 10%, até o dia 25 de dezembro próximo.
              Santa Bárbara, 23 de novembro de 1802.
              O presidente, dr. José Pedro Drummond.”

DELEGADO DE HIGIENE – 1893
O jornal “Minas Gerais”, em sua edição do dia 29.03.1893, publicou:
“INSPETORIA DE HIGIENE.
Oficiou-se ao dr. Secretário do Interior propondo a nomeação do dr. José Pedro Drummond para delegado de higiene do município de Santa Bárbara.”

ASSEMBLEIA GERAL DA COMPANHIA VINHATEIRA – 1897

         Publicou o jornal “Minas Gerais”:
         “COMPANHIA VINHATEIRA.
                       Serra do Caraça.
         Convido os senhores acionistas desta companhia para, no dia 10 de fevereiro próximo, se reunirem na cidade de Santa Bárbara em assembleia geral, § 1º, do A. 20 dos estatutos.
         Ouro Preto, 18 de janeiro de 1897.
         O presidente da companhia, dr. José Pedro Drummond.”

 COMUNICANDO MUDANÇA DE RESIDÊNCIA EM OURO PRETO – 1897
         O jornal “Minas Gerais”, em sua edição do dia 21/04/1897 dava a seguinte notícia:
       “O sr. Senador dr. José Pedro Drummond nos comunicou ter transferido sua residência da rua do Paraná para a de Água Limpa.”

Praça 7 - BH aproximadamente em 1900

 MUDANDO PARA BELO HORIZONTE – 1898
         O jornal “Minas Gerais”, edição do dia 10/01/1898, noticiava:
         “Despedida.
         O dr. José Pedro Drummond e sua família, retirando-se para Belo Horizonte, onde vai fixar a sua residência e não podendo despedir-se das pessoas de sua amizade, o fazem por este, pondo à disposição das mesmas o seu préstimo naquela cidade.”


VOTAÇÃO OBTIDA EM DIVERSOS MUNICÍPIOS MINEIROS,
NA SUA ELEIÇÃO PARA SENADOR ESTADUAL EM 1892.
EM CAETÉ:
José Pedro Drummond – 136; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 138
EM MARIANA:
José Pedro Drummond - 38; Para Presidente do Estado: Afonso Pena - 98
EM BOCAIUVA:
José Pedro Drummond - 149; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 153
EM SABARÁ:
José Pedro Drummond - 3; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 58
EM PIRANGA –
José Pedro Drummond: 39; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 71
COMARCAS DO RIO PRETO, SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO, SACRAMENTO, PONTE NOVA E PRADOS.
José Pedro Drummond - 6.517; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 20.187
COMARCAS DE CURVELO, CAMPO BELO, QUELUZ, CONCEIÇÃO E PALMAS.
José Pedro Drummond - 7.709; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 23.137
COMARCA DE ABAETÉ, MONTE ALEGRE, ALÉM PARAÍBA, PRATA E ITAJUBÁ.
José Pedro Drummond - 8.119; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 24.542
SANTO ANTÔNIO DO MACHADO, PASSOS, TRÊS PONTAS, TRÊS CORAÇÕES DO RIO VERDE, RIO CLARO, MONTES CLAROS, SANTA LUZIA DO RIO DAS VELHAS, CARMO DA BAGAGEM E POUSO ALEGRE.
José Pedro Drummond - 9.487; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 27.223
COMARCAS DE SANTA RITA DO SAPU CAI, CARANGOLA, CAMPANHA, GRÃO MOGOL E PEÇANHA.
José Pedro Drummond - 10.205; Para Presidente do Estado: Afonso Penna - 29.702
COMARCAS DE BAGAGEM, MUZAMBINHO E JAGUARI.
José Pedro Drummond: 11.437; Para Presidente do Estado: Afonso Penna: 36.529
COMARCA DE ALVINÓPOLIS E JANUÁRIA.
José Pedro Drummond: 14.187; Para Presidente do Estado: Afonso Penna: 40.908.
COMARCA DE BOAVISTA DO TREMEDAL.
José Pedro Drummond: 15.058; Para Presidente do Estado: Afonso Penna: 42.676
COMARCAS DE PARACATU, DORES DA BOA ESPERANÇA, PIRANGA, MANHUAÇU E SALINAS.
José Pedro Drummond: 12.137; Para Presidente do Estado: Afonso Pena: 38.179.
SÃO MIGUEL DO PIRACICABA.
José Pedro Drummond -79

NOTA:  Não encontrei a votação que obteve em São Domingos do Prata. Nessa eleição o Dr. José Pedro Drummond foi eleito senador estadual e Afonso Penna presidente do Estado. A eleição se realizou em 15.11.1892.

PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO.
“Nestes termos, é a comissão de parecer que sejam reconhecidos e proclamados senadores do Estado de Minas Gerais os srs. Drs. Francisco Silviano de Almeida Brandão, Virgílio Martins de Mello Franco, Joaquim Carneiro da Costa Sena, José Pedro Drummond, João Nepomuceno Kubitschek, Levindo Ferreira Lopes, Frederico Augusto da Silva, Necésio José Tavares, Comendador Joaquim Antônio Florais da Silva, Joaquim Antonio Dutra, Josino de Paula Brito, Francisco de Paula Rocha Lagoa.”

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Do livro NOTÍCIAS DO ANTIGO SÃO DOMINGOS DO PRATA E SEUS DISTRITOS




domingo, 7 de julho de 2019

CRIAÇÃO DO PARQUE FLORESTAL DO RIO DOCE - Edelberto Augusto Gomes Lima

   A ORIGEM DO PARQUE 
FLORESTAL DO RIO DOCE.
(DIONÍSIO–MARLIÉRIA–TIMÓTEO–
SÃO DOMINGOS DO PRATA).
                                  
*Edelberto A. Gomes Lima.
Em junho de 1935, o bispo DOM HELVÉCIO GOMES DE OLIVEIRA celebrou uma missa na então LAGOA NOVA, que ficava em uma região assim descrita em meu livro “A HISTÓRIA QUE SÃO DOMINGOS DO PRATA NÃO CONHECEU”:
“... é de um encanto maravilhoso, às margens da Lagoa Nova que constitui verdadeiro lago cercado poeticamente de frondosas florestas virgens, onde o espírito humano se extasia na contemplação mística das belezas naturais, diante do soberbo espetáculo que nos oferece em todo o seu esplendor tropical.
Dom Helvécio Gomes de Oliveira
Desde antes dessa época, como noticiado em meu livro acima (páginas 129/130/131), Dom Helvécio já vinha mantendo entendimentos com os governos da União e do Estado para a criação ali de um HORTO FLORESTAL E DE UM GRANDE PARQUE NACIONAL.
Em face do pioneirismo e visão de Dom Helvécio, em 18 de julho de 1935, o Prefeito de São Domingos do Prata, em cujas terras ficavam essa imensa área, Dr. EDELBERTO DE LELLIS FERREIRA, assinou o Decreto municipal de nº 117, dando o nome de DOM HELVÉCIO GOMES DE OLIVEIRA, à Lagoa Nova que, a partir desta data, passou a ser conhecida popularmente como a LAGOA DO BISPO.
Dr. Edelberto aproveitou a solenidade do dia 21 de julho de 1935, em que Dom Helvécio, às margens da então chamada Lagoa Nova, lançava a pedra fundamental da futura capela de Nossa Senhora da Saúde, para comunicar a Dom Helvécio a assinatura do Decreto.
Nessa solenidade, Dr. Edelberto fez de improviso, antecedendo ao de Dom Helvécio, um pronunciamento do qual extraio apenas esse trecho:
“(......) salientando que a figura de D. Helvécio, naquele momento histórico, trocando o conforto de seu Palácio arquiepiscopal pela descomodidade daquelas inóspitas plagas, avultava à consideração e aos olhos de todos, colocando-se, assim, num paralelo honroso com José de Anchieta – o esplêndido evangelizador das nossas selvas nos primeiros tempos do Brasil Colônia.
Depois de dizer que a quimera (sonho) de ontem e a esperança de hoje seria a realidade de amanhã, terminou valendo-se da sublimidade da religião para o fecho de seu pronunciamento…” Leu em seguida os dizeres do Decreto acima mencionado.
Manoel Martins Gomes Lima
Após marchas e contramarchas, em 1944, no mandato do então Prefeito, farmacêutico MANOEL MARTINS GOMES LIMA (Neneco), foi criado oficialmente o PARQUE FLORESTAL DO RIO DOCE, em uma extensa área cercada de florestas virgens, riquíssima fauna e flora, etc., que já pertencera, em sua totalidade, ao município de São Domingos do Prata, através do Decreto-Lei estadual de nº 119, de 14.07.1944, sancionado pelo governador Benedito Valadares.

Edelberto de Lellis Ferreira
AS FLORESTAS DA REGIÃO NA VISÃO DO DR. EDELBERTO DE LELLIS FERREIRA.
Quando Deputado estadual, representando a região do leste de minas e a terra em que residia, São Domingos do Prata, teve oportunidade, em um pronunciamento feito na Assembleia Legislativa mineira, de dizer o seguinte sobre a “região constituída pelo vasto triângulo compreendido entre as margens dos rios Doce e Piracicaba...”:
“...........através de floretas colossais, mais frondosas e mais luxuriantes talvez do que as clássicas florestas amazônicas, tão decantadas pelos naturalistas e pelos nossos economistas, para só falar de uma região fertilíssima, verdadeira terra da promissão…”
O Parque Florestal do Rio Doce possui 40 lagos, sendo que o único aberto à visitação pública é o do Bispo, com quase 7 quilômetros de extensão e até 32,5 metros de profundidade, além de 700 ha de espelho d’água. Os seus lagos ficam a 20 metros acima do nível do Rio Doce, não tendo suas águas sido afetadas pelo desastre da Samarco.
A área total do parque é de 35.000 ha e fica a 300 metros de altitude, subtraída dos então distritos de Marliéria e Dionísio (hoje prósperos municípios), na época pertencentes ao município de São Domingos do Prata, podendo incluir também a do município de Timóteo, cujo território, quando se iniciou a demarcação alguns meses após a solenidade acima, ainda pertencia a São Domingos do Prata.



Mais detalhes sobre o tema, na obra acima citada.

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*Natural de São Domingos do Prata, advogado aposentado, autor de 12 livros sobre a história antiga de sua terra natal e dois sobre Sabará no período do império, município do qual é cidadão honorário. Todos os seus livros, em formato impresso, podem ser encontrados, entre outras, na CASA DE CULTURA DE SÃO DOMINGOS DO PRATA.

sábado, 6 de julho de 2019

ESCOLA ESTADUAL “MARQUES AFONSO”, DE SÃO DOMINGOS DO PRATA - Edelberto A. G. Lima


BREVE HISTÓRIA DA CRIAÇÃO
 DA ESCOLA ESTADUAL “MARQUES AFONSO”,DE SÃO DOMINGOS DO PRATA.



*Edelberto Augusto Gomes Lima.
Sou pratiano de nascimento, mas, infelizmente, não sou testemunha visual da esmagadora maioria dos acontecimentos em minha terra natal, motivo pelo qual narro a história antiga do Prata, ancorado em documentos e jornais pratianos da época.
Ademais, os meus livros expõem o Prata desde o império até a primeira metade do século XX, de maneira que o tema a ser abordado, não está inserido em nenhum de meus doze livros sobre a história antiga da terrinha, por ser posterior a 1950, mais precisamente aos primeiros anos da década de 50.
No caso presente, foi me basear apenas em jornais da época, além de citar as leis relacionadas com o assunto em tela.

                                                I – A IMPRENSA.
O jornal “Folha do Prata”, em sua edição do dia 03 de maio de 1953, sob o título “ONDE ESTÁ O PRESTÍGIO POLÍTICO DE NOSSO MUNICÍPIO? publicava:

“A criação de um ginásio estadual, nesta cidade, é uma das mais justas reivindicações de nosso povo, que a pleiteia, à guisa de compensação pela transferência, há tempos, da Escola Normal local.
Este desejo, diga-se claramente, só será abandonado quando o virmos realizado, ainda que, para tanto, tenhamos que remover montanhas. No Governo passado, apesar de outra ser a política do Palácio da Liberdade, grandes trabalhos foram feitos, porém, sem resultado.

Hoje, quando lemos na mesma cartilha, batemos às mesmas portas, palmilhamos os mesmos caminhos e ouvimos as mesmas respostas, com a diferença de que estas nos são dadas por aqueles que receberam nosso apoio traduzido em votos...
E a “nossa” Escola Normal ainda se encontra alhures por este Estado afora. A escusa constante, o lugar comum de todas as desculpas tem sido as dificuldades de ordem financeira.

 Não é isso porém, o que dizem os jornais. Verbas astronômicas, diante da que pleiteamos, são aplicadas em outras comunas, a serem verdadeiras as notícias dos jornais e os discursos laudatórios. Se são verdadeiras as notícias e os discursos o que existe em relação a nós, ao nosso Município, à nossa Escola Normal transferida ao nosso Ginásio pleiteado, é uma permanente má vontade dos homens do governo. Ontem havia a desculpa de divergência política e hoje? Diante de tais fatos irretorquíveis cabe-nos perguntar: onde está o prestígio político de nosso Município com 40 mil habitantes? ...

Em sua edição do dia março de 1953, o mesmo órgão de imprensa, divulgava:

“Pelos comentários que correm na cidade, o mês de março que hoje se inicia, é de esperanças e grandes expectativas para o povo prateano.

Foi para este mês que o ilustre Governador, Dr. JUSCELINO KUBITSCHEK, prometeu ao nosso mui digno e dinâmico prefeito sr. FELIZ DE CASTRO, dar a palavra oficial aos inúmeros pedidos que de há muito vêm sendo dirigidos a sua Excia. pleiteando um ato de justiça do seu governo, qual seja o de criar um ginásio estadual em São Domingos do Prata.

É tal a necessidade de estabelecimento deste gênero aqui, que compensa, perfeitamente, um grande sacrifício por parte do Estado, ao atender nossa justa reivindicação, visto ser do conhecimento de todos haver mais de 200 jovens cursando ginásio em outras cidades o que, naturalmente, drena para elas avultadas somas de nossa parca economia particular, com enormes sacrifícios para o progresso local, refletindo na própria vida municipal.

Este é um dos motivos básicos, apenas, que nos possibilitam solicitar ao Governo tal medida. Outro porém, mais nobre, poderá ser levado em conta, quando vemos centenas de crianças, portadoras de belas inteligências, que aqui ficam restritas ao curso primário, por falta de recursos dos pais, impossibilitados de mandá-las ao curso secundário para aprimoramento de suas inteligências.......”
Já em sua edição do dia 14 de junho de 1953, o mesmo periódico narrava:

“É com prazer que trazemos, mais uma vez, à baila, o problema da criação de um Ginásio ou a restauração, por parte do Estado, da antiga Escola Normal, aqui existente até mil novecentos e quarenta, e, o faremos até que se realize tão nobre e patriótico empreendimento.

Ainda, agora, nos cumpre transmitir alvissareira notícia trazida sobre o assunto, de Belo Horizonte, pelo nosso ilustre e assíduo colaborador, BENJAMIM GOMES TORRES, que é também o paladino de tão elevada campanha.

A comissão composta deste senhor, do major ARGENTAL DRUMOND DA FONSECA CRUZ e do Revmo. Vigário pe. GERALDO BARRETO TRINDADE, credenciado pelo Sr. Prefeito FELIZ DE CASTRO, ouvido do Snr. Governador JUSCELINO KUBITSCHEK, na conferência que com S. Excia. mantivera dias atrás, ser propósito do Governo do Estado restaurar a antiga Escola Normal se desaconselhada fosse a criação de um ginásio, para o que determinara estudos a respeito.....”

O jornal “O Último”, em sua edição do dia 1º de janeiro de 1959, abordou mais esse aspecto:

“…Tivemos, graças à boa vontade de prateanos ilustres e desprendidos, a criação da SOCIEDADE BENEFICENTE DE CULTURA, que nos deu a ESCOLA TÉCNICA DE COMÉRCIO, marco inicial da era soerguimento.

Desse primeiro passo, acrescido de ingente esforço, pudemos contar, então, com a criação do nosso GINÁSIO ESTADUAL “MARQUES AFONSO” que, por dois anos, substituiu o curso comercial.

........Ainda não bastando, voltamos a ter a mesma ESCOLA DE COMÉRCIO que cedera o seu lugar ao Ginásio, temporariamente.
Por sua vez, BENJAMIM GOMES TORRES, publicou no jornal “O Último”, em sua edição do dia 15 de janeiro de 1959, o seguinte comentário:

“No primeiro número deste jornal, foi mencionada a existência de dois estabelecimentos de ensino do curso secundário na cidade. Um deles ministrando um CURSO DE 2º GRAU, continuação do ginásio: a ESCOLA TÉCNICA DO COMÉRCIO PRATEANO, patrocinada pela SOCIEDADE BENEFICENTE DE CULTURA, aqui instalada em 1953.

Esta, quando da instalação do GINÁSIO ESTADUAL MARQUES AFONSO, em 1956, teve as suas atividades escolares encerradas, com a transferência de seus alunos do curso básico para o curso ginasial daquele estabelecimento, os quais sobressaíram nas duas primeiras turmas de diplomados.

Fundamentada nos mesmos princípios que nortearam a instalação na época, visando a proporcionar aos jovens prateanos a oportunidade de fazerem os seus primeiros estudos em sua própria cidade. Ela voltou a funcionar em março do ano
passado, com o CURSO TÉCNICO DE CONTABILIDADE, que tem a duração de 3 anos, no fim do qual o aluno recebe o diploma de CONTADOR.

Este, além do direito de exercer a profissão de Guarda Livros, em todos os Estados da Federação, confere também ao seu portador o livre acesso aos concursos (vestibulares) do CURSO SUPERIOR, com os mesmos direitos e regalias que assistem aos portadores dos cursos científico e clássico......”.

                  II - A SOCIEDADE BENEFICENTE DE CULTURA.
Foi fundada em 1953, tendo como objetivo criar colégios na cidade e teve como fundadores os cidadãos DR. MURILO FURTADO GOMES, presidente, BENJAMIM GOMES TORRES, secretário e MANOEL MARTINS MAGALHÃES, tesoureiro, sendo que em 1954, com a nomeação do presidente para o cargo de Juiz de Direito, assumiu a direção, na função de secretário o sr. JAIME GOMES NETO, passando o sr. BENJAMIM para presidente, continuando o sr. Manoel, como tesoureiro.

Pois bem, em suprema síntese estão transcritos fragmentos da história do GINÁSIO ESTADUAL MARQUES AFONSO, tendo eu, por minha conta, colocado, em letra garrafal, os nomes dos pioneiros citados nas reportagens acima, embora dezenas de outros pratianos tiveram participação meritória na sobrevivência e manutenção deste educandário, que tanto bem tem, até os dias de hoje, trazido para o povo pratiano e circunvizinhos.

                   IIII - DIPLOMAS LEGAIS VINCULADOS AO TEMA.
Em 14 de fevereiro de 1955, foi sancionada a lei nº 1235, que em seu artigo 8º, dispunha:

“Fica criado o GINÁSIO ESTADUAL DE SÃO DOMINGOS DO PRATA, criando-se os cargos mencionados no artigo 2º e abrindo o crédito a que se refere o artigo 3º.

O artigo 2º estatuía:

“O Ginásio de que trata o artigo anterior, terá os seguintes cargos e funções que ficam criados no Quadro Geral, Parte Permanente, instituído pela Lei nº 858, de 29 de dezembro de 1951:

Cargo de Diretor I, padrão I-39;
13 cargos de Professor, Tabela II, padrão I-21;
1 cargo de Técnico de Educação, Tabela III, padrão N;
4 cargos de Inspetor de Alunos, Tabela II, padrão I-5;
1 função gratificada de Secretário, Tabela IV, com a gratificação mensal de Cr$ 750,00 (setecentos e cinquenta cruzeiros);
1 função gratificada de Chefe de Portaria, Tabela IV, com gratificação mensal de Cr$ 300,00 (trezentos cruzeiros).

Parágrafo 1º - Os cargos de Técnico de Educação são de carreira; os de Inspetor de Alunos são isolados, de provimento efetivo; os de Professor são também isolados, de provimento mediante concurso de provas e títulos, na forma da lei, podendo o Governador do Estado provê-los, em caráter interino, até a realização dos mencionados concursos.

Parágrafo 2º - O cargo de Diretor é isolado, de provimento em comissão.

Art. 3º - Para atender às despesas decorrentes desta lei, fica aberto à Secretaria da Educação o crédito especial de Cr$ 833.440,00 (oitocentos e trinta e três mil, quatrocentos e quarenta cruzeiros) com vigência até 31 de dezembro de 1955,sendo, Cr$ 633.440,00 (seiscentos e trinta e três mil, quatrocentos e quarenta cruzeiros) para pagamento do pessoal, e Cr$ 200.000,00 (duzentos mil cruzeiros) para aquisição de móveis e material podendo o Governo, se necessário, realizar operações de crédito.”

                                               IV - NOTAS:
1ª – Quem sancionou a lei, qualificando-se como Presidente, foi o sr. Ribeiro Pena (José Ribeiro Pena, na realidade ele era o vice-governador do Estado, sendo governador na época, Juscelino Kubitschek.

2ª – Esta lei criou diversos Ginásios no Estado, sendo beneficiados, além de São Domingos do Prata, os municípios de Nova Era, Lima Duarte, Juiz de Fora, Guarani, Astolfo Dutra, Leopoldina, Entre Rios de Minas, Poço Fundo, Sacramento, Barão de Cocais e Patos de Minas.

3ª -Doze dias após, foi publicado o Decreto nº 4436, de 26 de fevereiro de 1955, subscrito por Juscelino Kubitschek de Oliveira, assim redigido:

“O Governador do Estado de Minas Gerais, usando de suas atribuições, resolve dar a denominação de “MARQUES AFONSO” ao Ginásio Estadual de São Domingos do Prata” (Letra garrafal por minha conta).

4ª - Não obstante a legislação acima, o início do funcionamento do Ginásio se deu em 03 de abril de 1956 e a escola foi oficialmente instalada em 22 de abril de 1956, ministrando o 1º Grau (5ª e 8ª série). Portanto, fez 63 anos em abril de 2019, considerando o início do funcionamento.

5ª - Em 11 de janeiro de 1961, a lei nº 2334, sancionada por José Francisco Bias Fortes, cria diversos outros Ginásios no Estado, mas em seu artigo 6º, dispôs:

“Fica restaurada a antiga Escola Normal Oficial de São Domingos do Prata, que ministrará as disciplinas do último Curso Normal Regional, anexo ao Ginásio Estadual “Marques Afonso”, bem como ficam criados, para tanto, 10 cargos de professor, Padrão I-54”

6ª - Doze meses após, é sancionada, pelo Governador Magalhães Pinto, a lei nº 2579, de 28.12.1961, que, em seus artigos 1º e 2º dispunham:

Art. 1º - “Fica transformado em Escola Normal Oficial “Marques Afonso” o Ginásio Estadual, de igual denominação, criado pelo art. 8º da Lei n. 1.235, de 14 de fevereiro de 1955.

Art. 2º - Para os efeitos do disposto no artigo anterior, as cadeiras de Curso de Formação de Professores Primários, em número de 10 (dez), serão regidas por professores ocupantes dos cargos criados pelo art. 6º da Lei n. 2.334, de 11 de janeiro de 1961.”

7ª - Já em 12 de dezembro de 1967, o Governador Israel Pinheiro, sancionou a Lei nº 4.684, dispondo:

Art. 1º - “Fica transformado em Curso Técnico de Contabilidade, anexo ao Colégio Normal Oficial Marques Afonso, o Curso Normal Regional criado pela Lei nº 2.334, de 11 de janeiro de 1961, na cidade de São Domingos do Prata.”

8ª - Finalmente, dentro das minhas pesquisas, foi sancionada, pelo Governador Rondon Pacheco, a Lei nº 6.028, de 10 de novembro de 1972, que dispôs em seu artigo 1º:

Art. 1º - “Observadas as normas de Lei Federal nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, e demais legislação pertinente, ficam revigorados os efeitos da Lei nº 4.684, de 12 de dezembro de 1967, que dispõe sobre a transformação de curso anexo ao Colégio Normal Oficial “Marques Afonso”, em São Domingos do Prata.”

9ª - Veja a relação dos (das) professores (as), bem como das matérias ministradas e da duração da antiga ESCOLA NORMAL, diversas vezes citada acima, em meu livro “A HISTORIA QUE SÃO DOMINGOS DO PRATA NÃO CONHECEU”, PÁGINAS 168/169.

                                        V – CRONOLOGIA -
1 - Em 14.02.1955 – Foi criado o Ginásio Estadual.
2 - Em 26.02.1955 – O Ginásio recebe a denominação de “Marques Afonso”.
3 - Em 03.04.1956 – O Ginásio iniciou o funcionamento.
4 - Em 22.04.1956 – O Ginásio foi oficialmente instalado.
5 - Em 11.01.1961 – Foi restaurada a antiga Escola Normal Oficial, que ministraria as disciplinas do último Curso Normal Regional.
6 - Em 28.12.1961 – Fica transformado em Escola Normal Oficial “Marques Afonso”, o Ginásio Estadual, de igual denominação.
7 - Em 12.12.1967 – Fica transformado em Curso Técnico de Contabilidade, anexo ao Colégio Normal Oficial Marques Afonso, o Curso Normal Regional.
8 - Em 10.11.1972 – Ficam revigorados os efeitos da Lei nº 4.684, de 12.12.1967, que dispôs sobre a transformação de curso anexo ao Colégio Normal Oficial “Marques Afonso”.

Belo Horizonte, 14 de junho de 2019.

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*Autor de 12 livros sobre a historia antiga de São Domingos do Prata e dois sobre Sabará na época do império. Toda a coleção faz parte do acervo da Casa de Cultura de São Domingos do Prata.

VI - A IMPORTÂNCIA DA HISTORIA, INCLUINDO A DA TERRA NATAL.
“A HISTORIA É COMO O VINHO, PRECISA DE ANOS PARA SE APURAR. SOMENTE A PARTIR DAÍ SE CONSEGUE DECANTAR AS PAIXÕES, QUE TANTO DETURPAM A VERDADE HISTÓRICA.” 
(Autor desconhecido).

“UMA TERRA SEM HISTÓRIA É UMA TERRA QUE SE PERDEU” – (autor desconhecido).

“SOMENTE A HISTÓRIA PODE DAR A UM POVO A CONSCIÊNCIA DE SI MESMO.” (SCHOPENHAUER).