DR. EDELBERTO DE LÉLLIS FERREIRA
LÍDER POLÍTICO E MÉDICO EM SÃO DOMINGOS DO PRATA E NA REGIÃO LESTE DE MINAS GERAIS. 1868/1969.
*Por Edelberto Augusto Gomes Lima.
ALGUMAS NOTAS SOBRE
DR. EDELBERTO DE LÉLLIS FERREIRA.
Em meus *onze livros sobre a história antiga de São Domingos do Prata, existem dezenas de passagens sobre a vida do Dr. Edelberto, seja como médico, líder político, esposo e pai de família.
Nesse, destaco apenas duas:
O jornal “A Voz do Prata”, em sua edição de 6 de fevereiro de 1944, quando Dr. Edelberto já não exercia mais nenhum mandato eletivo e nem ocupava qualquer cargo público, fez um sumário de sua vida, do qual retiro o seguinte trecho:
“.......Não obstante o seu prestigio político e ter exercido vários cargos públicos, saiu pobre deles, quando poderia ser hoje milionário.
Se como político teve uma vida venturosa, também o teve como chefe de família, pois conseguiu educar todos os filhos e vê-los todos muito bem na sociedade. (foram 9 filhos).......
Sua vida é mais grandiosa quando se a encara pelo ângulo da medicina. Médico culto, inteligente e dedicado vem socorrendo a todos sem distinção de classe: pobre ou rico, branco ou negro, o Dr. Edelberto vem curando com aquele carinho todo especial que o caracteriza.
Sua entrada em um lar representa o conforto, a confiança, a garantia. Por onde passa, como médico, espalha o bem e a caridade.
Pertransit benafaciendo. Passou fazendo o bem.
Não há neste São Domingos, nem neste São Domingos do Prata quem não haja recebido de sua pessoa os maiores favores médicos.
Ele nunca respeitou a hora e o tempo para socorrer os enfermos. Desde os primórdios de sua nobilitante carreira, época em que toda essa zona: Mariana até Itabira e Mesquita, que não dispunha de meios de transporte menos penoso, sob torrenciais chuvas ou sol ardente, viajava a cavalo dezenas de léguas para atender aos chamados, viessem esses de abastados ou de párias.......”
NOTA: Trecho extraído do livro impresso “São Domingos do Prata: Berço e origem”, pág. 21/22.
O PRATIANO E EX-MINISTRO PAULINO CÍCERO VASCONCELOS REFERINDO-SE AO DR. EDELBERTO.
“Quantos políticos podem, após tantos anos conduzindo os destinos de um município, chegar ao fim da vida cercado de tanto carinho e tornar-se exemplo para as gerações futuras de esforço, dedicação, humildade, generosidade, altruísmo e honestidade, entre outras virtudes?
Dizem que o poder desgasta a imagem da pessoa, mas no caso dele o exercício da liderança política por tantos anos, de forma tão altruísta e imparcial, apenas a revigorou perante os seus descendentes e liderados”
NOTA: Extraído do livro “Notas Sobre Alguns Prefeitos e Eleições em São Domingos do Prata de 1890 a 1947”.
DEPOIMENTO DE ANTÔNIO CARLOS VASCONCELOS
SOBRE DR. EDELBERTO.
Finalmente, transcrevo o que escreveu sobre Dr. Edelberto Antônio C. D. Vasconcelos, em seu livro, editado em 2011, intitulado “Olha.....uma Esperança!”, à pag.106:
“Simplesmente o médico Dr. Edelberto, no linguajar simples do povo, a quem dispensou a caridade de sua inesgotável assistência. Nascido na cidade de Ferros elegeu SDP como sua terra natal, onde criou, com dona Mariquinha (Maria Leocádia), seus filhos: Camilo, Pedro, Maria Nazareth, Joana Coeli, Meyre, Edelberto, Nelson, Delphina e Ludgarda (Gadinha).
A nobreza de seu caráter e os princípios da honestidade pautavam-lhe a vida, despojada de interesse pelo vil metal, levando uma vida simples.
Alcançou os 101 anos de idade e podemos dizer que ele viveu pobre e morreu pobre. Literato, escritor e latinista, em um de seus versos ele finaliza: “....os padres inventaram este tal de inferno; inferno sim, é não poder te amar!”
Caso interessante pontilha a existência desse cidadão-exemplo: a caminho da Bahia – onde estudou, ele parara numa pensão de cidade mineira, para pernoitar.
Ao prosseguir viagem no dia seguinte, o dono da hospedaria lhe entrega um bilhete da loteria baiana, para conferir se tinha dado alguma coisa.
Meses depois (bancos não existiam, correio não era como hoje), retorna o estudante Edelberto para suas férias escolares e, passando de novo pela pensãozinha, entrega ao proprietário – que nem se lembrava do bilhete de loteria, um envelope recheado com o prêmio.
Assustado, o homem pergunta o que significava aquele dinheiro: “Seu prêmio, fulano, do bilhete de loteria que você me deu para conferir”.....(*05-02-1868, Santana de Ferros. *15.01.1969, Fazenda do Alegre, em Coronel Fabriciano, aos 101 anos).”
Encerro essas “notas” através das palavras do professor pratiano Joaquim A. Miranda, em fevereiro de 1946:
(“......) Com o novo Prefeito Duval Mendes, ao lado do velho político Dr. Edelberto, o maior benfeitor desta terra.......”
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Advogado aposentado, membro do Conselho Editorial da Editora Del Rey, ex-coordenador do Departamento Jurídico da Associação Comercial e Empresarial de Minas e da Federaminas (Federação das associações comerciais do Estado de Minas Gerais).
Autor dos seguintes livros:
1 - “São Domingos do Prata: Berço e Origem”. (1ª, 2ª e 3ª edição).
2- “Revivendo a história de São Domingos do Prata”.
3 - “São Domingos do Prata: Fragmentos de sua história”.
4- “Recontando a história de São Domingos do Prata”
5- “Dr. Gomes Lima. Um dos grandes vultos da história de São Domingos do Prata”.
6- “Notas biográficas de Manoel Martins Gomes Lima, Janua Coeli de Lellis Ferreira e Dr. Edelberto de Lellis Ferreira - Três pratianos da gema”.
7- “Quatro prefeitos de São Domingos do Prata da primeira metade do século XX”.
8- “Notas sobre alguns prefeitos e eleições em São Domingos do Prata de 1890 a 1947”.
9 – “São Domingos do Prata no período imperial.”
10 -“Sabará na imprensa do império”.
11 - “Sabará: Fragmentos de sua história no período imperial”. (2ª edição atualizada).
12 - Livro digital “São Domingos do Prata: Centro irradiador de mineiridade”, contendo os livros de n.º 1 – 2 – 4 – 5 – 6 e 8 acima.
13. “Genealogia de alguns ascendentes e descendentes...........”
NOTAS: Alguns dos livros acima, inclusive os sobre Sabará, poderão ser encontrados, entre outras, no acervo da biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, nas bibliotecas da Faculdade de Sabará, na municipal de Sabará e na de três Colégios de São Domingos do Prata, além da Casa de Cultura Chiquito de Morais.
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